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as 3 fadas / the 3 fairies

quem nunca sonhou com 3 fadas?

31 janeiro, 2006

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A hipocrisia já não esconde a cara

Mukhtar Mai, considerada por muitos como a mulher mais corajosa do mundo foi vítima da hipocrisía das Nações Unidas, nunca antes manifestada de uma forma tão clara.


A ONU decidiu cancelar uma entrevista a esta paquistanesa vítima de estupro colectivo, por alegadamente não querer constrangir o primeiro ministro paquistanês de visita à organização. A entrevista estava agendada para a televisão da ONU, mas na véspera a instituição mandou informar que a entrevista ficaria "para melhor opurtunidade" para não incomodar Shaukat Aziz.


A história desta mulher conta-se resumidamente da seguinte forma: Mai viveu um drama chocante. Condenada pela Jirga, a corte tribal, da localidade de Meerwala, em junho de 2002, a ser estuprada colectivamente.
Alegadamente o seu irmão mais novo, com 13 anos, manteria uma relação com uma jovem de uma tribo considerada de casta superior. Ofendidas, as pessoas de tal casta exigiram, como vinança, que Mai fosse estuprada em público.

Foi condenada pelo Conselho Tribal e estrupada sucessivamnte por 14 homens, enquanto pedia misericórdia a outros 200 que testemunhavam o acto bárbaro que sofria. Para concluir humilhação foi obrigada a desfilar nua até sua casa.

Esta história seria um dos milhões de casos de violência contra a mulher, com base em crenças religiosas e culturais, não fosse a estrondosa e magnífica coragem de Mai. Indignada e recusando-se a tornar-se mais uma mulher caída no esquecimento enfrentou os seus superiores e o código tribal. Na justiça comum do país pediu punição para os culpados.

Assim foi e Mai recebeu uma indemnização com a qual abriu uma escola, "A escola é o primeiro passo para mudar o mundo. Em geral,o primeiro passo é o que dá mais trabalho, mas é o começo do progresso", disse Mai, que nunca estudou...

Mai viu-se ainda constrangida mais uma vez, quando o governo paquistanês, sob a alegação de que era para sua proteção, limitou os seus movimentos, numa clara tentativa de silenciá-la.

Mai venceu mais esta batalha. Até que a ONU, esquecendo todos os pergaminhos por onde se rege e como guardiã e defensora da declaração universal dos direitos do Homem, decidiu que Mai tem que se calar.

Entre ouvir uma vítima de grave violação dos direitos fundamentais do Homem ou um burocrata oacasional, ficou-se pela segunda opção. Lamentável, no mínimo!

Mai é um simbolo de luta, de inconformismo e esta história percorreu todo o mundo. Não se querendo calar mostrou o que muitos desculpam como sendo a cultura local, não é mais do que actos selváticos, escondidos pelos olhos cegos de quem não quer ver!

A cultura ocidental é tantas vezes criticada pelos seus actos contra o Oriente, mas esta selvagaria practicada em sociedades orientais escondida pelo manto da cultura local é constantemente tida como normal.

Não há homens nem mulheres de segunda. Há sim, seres humanos... e lamento que a ONU se esqueça disso.

A luta da mulher pelo respeito já não tem aliados.

[fada do dentinho]

1 Comments:

Anonymous Anónimo magicou...

Very nice site! » »

13:13  

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